
Promover a transparência do material com Declarações de Saúde de Material
Hoje em dia as pessoas querem, cada vez mais, saber o que está nos produtos que consomem - desde a comida até à roupa ou cosméticos - de onde são os ingredientes, como foram adquiridos, e o impacto que têm nas pessoas e no ambiente. É tudo sobre fazer decisões de compra informadas. Os negócios estão a repensar os seus fornecedores de forma a melhorar a saúde e sustentabilidade dos ingredientes e dar aos compradores a transparência que eles precisam. Empresas de alimentação têm tomado ação no processo, desde o campo até ao garfo, por exemplo, para transformar a forma de como os alimentos são produzidos.
Da mesma forma, a Tarkett está a levar a transparência dos seus materiais a um novo nível com as suas Declarações de Saúde de Material. É a nossa forma de oferecer completa transparência na composição dos nossos produtos, evitando substâncias prejudiciais e trabalhando para otimizar as fórmulas dos nossos produtos. É um "bilhete de identidade" para os ingredientes dos produtos, criando uma abordagem holística para construir confiança nos consumidores, enquanto nos permite melhorar continuamente os nossos produtos.
Aqui, falamos com a Diretora de Sustentabilidade e Relações Públicas da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), Myriam Tryjefaczka, sobre a nossa jornada para entender e divulgar o impacto dos nossos materiais e sobre a criação das primeiras Declarações de Saúde de Material da indústria dos pavimentos.

Porque decidiu criar as Declarações de Saúde de Material?
Comprometemo-nos a usar os materiais de maior qualidade e a esforçarmo-nos sempre em ir mais além, nos nossos esforços para melhorar os nossos produtos. É por isso que começámos a nossa jornada Cradle to Cradle (C2C) há uma década, comprometendo-nos a ter os nossos materiais avaliados de forma independente, em linha com o princípios C2C conhecidos globalmente. Estamos de momento em 98% (demais de 3.000 materiais). É uma parte chave da nossa jornada de economia circular - para poderem ser reciclados e começarem uma segunda vida, os materiais que usamos devem respeitar a saúde das pessoas e o ambiente.
Assim sendo, ao criar a Declarações de Saúde de Material, estamos a melhorar a forma como integramos o pensamento da economia circular nos nossos produtos. Estamos a ir além das Declarações Ambientais de Produto para considerar os impactos de saúde individuais de cada material num produto.
A transparência está no coração deste esforço - transformando toda a pesquisa e trabalho científico dos bastidores, numa declaração clara e verificada de forma independente. O que para os nossos clientes lhes dá a paz de espírito que precisam para confirmar que fizeram a escolha certa. Isto é particularmente importante visto que cada vez mais os clientes procuram conseguir certificações de edifícios sustentáveis.

Que dificuldades encontrou no processo?
Primeiramente, fizemos um inventário de todos os materiais que usamos, identificando a composição exata dos nossos produtos, até 0,01%. Isto vai dez vezes mais além dos requisitos legais do regulamento REACH da UE. É um grande exercício de colaboração, coordenando as nossas diversas equipas e fornecedores pelo mundo, levando os nossos sistemas ao limite para encontrar as respostas.
Depois, os especialistas de C2C na Agência de Encorajamento para a Proteção Ambiental (EPEA) examinaram todos os nossos materiais contra regulamentos internacionais e mais de 100 listas de químicos perigosos e fontes científicas para perceber os níveis de toxicidade e qualquer risco potencial para o bem-estar das pessoas e do ambiente. A equipa da EPEA monitorou regulamentos e classificações químicas em rápida evolução e verificou como os nossos materiais estão a ser usados em toda a nossa cadeia de valor - incluindo qualquer químico usado na sua produção.
A EPEA também avaliou os nossos materiais em todo o seu ciclo de vida, desde o fornecimento e produção até à utilização e gestão pós-utilização. A equipa combinou o nosso inventário de material com as extensas informações científicas e ecotoxicológicas de produção que reuniram, cruzando referências para entenderem os níveis de risco. Em todos os casos, a prioridade era de entender onde e até que ponto os materiais representavam um risco na intenção de os aplicar em pavimentos.

Como as superou?
Utilizando cerca de 14 critérios de saúde humana e 11 de saúde ambiental, a EPEA alocou um ranking de cores para indicar o nível relevante da saúde do material, uma escala de cinza (informação insuficiente para fazer uma análise definitiva), vermelho (podia ser otimizado), para verde-claro (aceitável), até o verde-escuro (bons materiais). Até agora, a EPEA classificou apenas 1% dos materiais avaliados para as nossas Declarações de Saúde de Material como "vermelho", significando que quase todo o material está de acordo com os regulamentos. Mas a nossa ambição é de ir além do regulamento - oferecendo aos nossos clientes completa transparência e uma visão mais precisa e granular da composição material dos nossos produtos.
Com base nestes insights, inovámos para otimizar os nossos materiais. Procuramos por alternativas positivamente definidas para melhorar os materiais "vermelhos", reformulando os nossos produtos utilizando os princípios C2C. Este é um processo longo e exigente, que envolve pesquisa, consultoria com a EPEA e testes minuciosos de qualidade e desempenho. Por exemplo, estamos a criar um índice de pigmento positivamente definidos, a trabalhar com afinco para identificar cores claras para adicionar à nossa paleta "positivamente definida" de maioritariamente tons minerais, verdes e amadeirados.

O que é que os seus clientes podem aprender exatamente das Declarações de Saúde de Material?
Acreditamos que toda a gente devia poder ver claramente e perceber exatamente o que está nos produtos que escolhem e o impacto de cada material, individualmente. É por isso que nos comprometemos à transparência total para construir a confiança necessária para fazer uma mudança positiva na nossa indústria e não só. Os clientes vêm informação, incluindo a fórmula do produto, as suas substâncias químicas e a proporção de cada componente que pode ser encontrado no produto, seguida do código de cor. A EPEA fornece um comentário sobre o uso provável ou a exposição prevista ao componente num contexto de pavimento, e também incluímos a classificação do material segundo a GreenScreen List Translator (um sistema de classificação de químicos dos EUA) e a confirmação de que o material cumpre com o regulamento REACH da UE.
O que vem a seguir?
A Declaração de Saúde de Material é, em última análise, o primeiro passo na criação de passaportes digitais de "saúde", conhecidos como passaportes de material para todos os materiais usados em construção, para que assim os designers, construtores, arquitetos e engenheiros possam realmente percecionar os materiais num círculo completo. Existe a possibilidade de estes passaportes se tornarem obrigatórios na Europa. Enquanto a Declaração de Saúde de Material considera a composição química, o passaporte de material vai ser rico numa circularidade de informações, desde saúde e impacto ambiental, ao nível de impacto da reciclabilidade, desmontagem e recuperação. Portanto, estamos a anteciparmos na curva legal, construindo conhecimento para ajudar a alcançar esta transformação.
Apenas outra forma de estarmos a
Fazer Bem. Juntos.
Saiba mais sobre a nossa abordagem à transparência através da nossa página de transparência radical ou faça o download do nosso artigo técnico de transparência.